Praças do Recife

Podemos até criar hoje um blog só para falar das belas praças que existem em Recife, são inúmeras e cada uma possui uma peculiaridade histórica de sua criação. É fabuloso enumerar várias praças como: a Praça de Casa Forte; A Praça Euclides da Cunha, conhecida como Praça do Internacional; Praça Ministro Salgado Filho, também conhecida como Praça do Aeroporto, todas criadas pelo Arquiteto e Paisagista Burle Marx; Praça de Apipucos; Praça Beira-Rio; Praça Fleming; Praça do Largo da Paz; Praça do Parque Amorim; Praça do Parnamirim; Sítio da Trindade; Parque Treze de Maio; Praça da Jaqueira; dentre muitas outras. Contudo foi feito um pequeno resumo e destaque em algumas outras praças que mistura um pouco da história de todas já citadas, um pouco da arquitetura, do urbanismo, da cultura e das crendices de nossa cidade.

Praça da República - É uma importante praça situada no bairro de Santo Antônio, ficando no extremo norte do bairro, na Ilha de Antônio Vaz, sendo margeada pelos rios Capibaribe e Beberibe.
Ao seu redor estão as edificações do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual; O Teatro de Santa Isabel; O Palácio da Justiça e o antigo Liceu de Artes e Ofícios de Pernambuco. Possui várias estátuas de Deusas que são as guardiãs do lugar (Ceres, a Deusa da fertilidade; Diana, Deusa da Caça; Flora, Deusa das Flores; Juno, rainha dos deuses do Olimpo, protetora das mulheres e o casamento; Minerva, Deusa das artes e Ciências; e Níobe, Vesta e Têmis, que são consideradas as Deusas da justiça). Possuindo também um centenário baobá, que diz a história, foi fonte de inspiração a Antoine de Saint-Exupéry, para escrever O pequeno príncipe.
O conde Maurício de Nassau construiu na praça o Palácio de Friburgo, ou Palácio das Torres. Com sua destruição, no século XVIII, o local passou a ser denominado Campo do Palácio Velho, depois, quando a tesouraria da Capitania de Pernambuco foi transferida para a praça o Palácio das Torres passou a ser chamado de Campo do Erário e durante a Revolução de 1817, passou a ser chamado de Campo da Honra. Com a construção do Palácio do Governo, passou a ser denominado de Largo do Palácio e por fim mudou o nome para Campo das Princesas, com a visita de Dom Pedro II.

Praça do Entroncamento - A praça ganhou o nome de "entroncamento" porque costumava abrigar o cruzamento de três antigas estradas de ferro do trem urbano (Maxabombas) a do Arraial, a da Várzea e a de Dois Irmãos, esse nome Entroncamento foi colocada pela população recifense.  Existe em seu centro uma fonte de ferro, em estilo neoclássico, apresentando uma coluna esguia, com folhas e flores, e uma mulher e gárgulas, mais no alto, de onde escoa água e a seu redor pode ser apreciado um círculo de palmeiras.
A Praça foi inaugurada pelo Prefeito Antônio Correia de Góis em 19 de outubro de 1925, com o nome oficial de Praça Correia de Araújo, uma homenagem a um governador que Pernambuco teve em 1896. Próximo da Praça encontra-se o Palácio de São José dos Manguinhos, no bairro das Graças, que serviu de residência oficial, durante muitos anos, do falecido Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, e, ao seu lado, está a Capela de São José dos Manguinhos.
Hoje, constitui um dos locais mais pitorescos da cidade. Na época do Natal, a praça se transforma numa explosão de luzes e cores que encanta crianças e adultos.
Praça Arsenal da Marinha - Também conhecida como Arthur Oscar é uma construção de 1870, foi chamada inicialmente de Praça Voluntários da Pátria e localizada no bairro do Recife Antigo, abriga o busto do almirante de Tamandaré, "Patrono da Marinha Brasileira". Seu nome foi dado em homenagem ao general que comandou a quarta e última expedição contra o Arraial de Canudos. Possui em seu entorno a Rua do Bom Jesus, antiga Rua dos Judeus; a Torre Malakoff, batizada com o nome de uma das torres da fortaleza de Sebastopol, durante a Guerra da Criméia (1853-1855); e uma grande concentração da arquitetura do século XVIII.
Praça Chora Menino - Sabe-se que um rico colono João Velho Barreto, no começo do século XVII, possuía uma grande extensão de terras que se chamava de Mondego, tendo o nome origem portuguesa. Nesse sítio havia uma estrada aberta em linha reta, cujo primeiro trecho é designado de Rua do Mondego onde é construído um dos primeiros prédios imponentes da cidade, com dois pavimentos, também é erguida uma capela, sob a invocação da Sacra Família e de São João. Essas obras começam em 1755, porém só são concretizadas em 1888. Por ter servido de residência temporária do governador pernambucano general Luís do Rego Barreto (1817-1821) o prédio foi apelidado de Palácio do Mondego.
No ano de 1831 trouxe muitas comoções políticas, no Estado de Pernambuco como também em todo Brasil. Aqui ocorre a histórica Setembrizada, empreendida por soldados rasos insubordinados, que arrombam, saqueiam e cometem inúmeras atrocidades em casas particulares e estabelecimentos comerciais, essas lutas duraram três dias (14, 15 e 16 de setembro de 1831), deixando muitos mortos, sendo os indisciplinados no final vencidos. As vítimas, que foram muitas, ganharam sepulturas exatamente no sítio do Mondego e foi a partir daí que as pessoas começaram a falar que o lugar havia se tornado mal-assombrado. Através de um fato verídico acabou se criando uma lenda, por intermédio da imaginação popular que espalhou a estória que a noite, quem passasse por aquele sítio, ouvia um choro de menino e foi a partir de então que começou a chamar o pedaço de terra Praça Chora Menino.
Praça do Carmo - A Praça em Recife é finalizada no final do século XVII e fica diante da Basílica e do Convento de Nossa Senhora do Carmo que foi construída em 1687, possui traços barrocos, com seu altar dourado e com a imagem da padroeira Nossa Senhora do Carmo, em tamanho natural que se destaca pela sua imponência, o altar principal abriga valiosas coroas de ouro e pedras preciosas e foi neste convento que Frei Caneca ordenou-se sacerdote, localizado no bairro de Santo Antônio, na Avenida Dantas Barreto; demasiado a Rua da Aurora, com seus casarões refletidos no Rio Capibaribe. Hoje em dia, é palco da anual festa em homenagem à padroeira Nossa Senhora do Carmo, que acontece no mês de julho. Nesta época, costuma abrigar parque de diversões e barraquinhas de comidas, bebidas e artigos religiosos.
Praça do Derby - O bairro do Derby é criado no final do Século XIX, quando ainda se chamava de Estância, em referência à estância de Henrique Dias. Em 1888 foi construída uma pista de corrida de cavalos, da Sociedade Hípica Derby Club. Com o fim do hipódromo, Delmiro Gouveia construiu em seu local um mercado que foi destruído por um incêndio em 1900, depois de restaurado, em 1924, passou a ser o Quartel da Polícia Militar de Pernambuco. Na frente do quartel, em 1925 foi construída a Praça do Derby, na administração do prefeito Antônio de Góis, com um projeto de paisagismo moderno, antecedia a atuação do arquiteto Burle Marx (1935) nas praças Euclides da Cunha, de Casa Forte e Ministro Salgado Filho. No mesmo período foi construído o Hotel Internacional, onde tempos depois foi construída a Faculdade de Medicina do Recife, e que hoje se encontra o Memorial da Medicina de Pernambuco.
Cortada por ruas e avenidas, a praça está dividida em duas partes. A primeira, onde está o parque infantil, fica em frente ao quartel; do outro lado, fica a "ilha do amor", com canteiros, coreto semicircular e estátuas; e em uma das extremidades encontra-se o "monumento ao policial militar tombado no cumprimento ao dever".
Praça Maciel Pinheiro - Localizada no final da Rua do Hospício, entre as ruas Imperatriz e Velha, no bairro da Boa Vista. Era conhecida como Praça da Boa Vista até 1869, depois em 1870 ficou sendo chamada de Praça Conde D'Eu (Luís Felipe Gastão de Orleans), francês naturalizado brasileiro, esposo da princesa Isabel, que substituiu Caxias no comando das tropas da Guerra do Paraguai. Com a vitória das tropas brasileiras na guerra a praça muda o nome para Maciel Pinheiro em 1889, como forma de comemoração. Ao lado da praça, fica a Igreja do Santíssimo Sacramento, Matriz da Boa Vista, do século XIX.
Praça Rio Branco - A praça é famosa por abrigar o Marco Zero do Recife, desse ponto a cidade começou a se expandir, aterrando aquelas águas que lhe renderiam comparações com Veneza e as terras da Holanda. Sendo também o ponto inicial das estradas do estado de Pernambuco. Em 1938 uma estátua do Barão de Rio Branco foi erguida e servia de vigia silencioso do ponto central da cidade dai veio o atual nome da praça. O local costumava abrigar árvores de grande porte e banquinhos que servia de parada estratégica para admirar uma extensa muralha de arrecifes naturais, com mais de seis quilômetros de comprimento, que faz contato direto com o Oceano Atlântico. O ambiente é composto pelo Porto do Recife, pelo Terminal Marítimo de Passageiros e pelo Parque de Esculturas Francisco Brennand, além de diversos casarões históricos. Em 1999 a praça que existia no local recebeu modificações, sendo a escultura do Barão do Rio Branco transferida para poucos metros do local original e recebendo uma rosa dos ventos impressa no chão, de autoria do artista plástico Cícero Dias, passando a ser uma área aberta para a realização de eventos, atualmente serve como palco de comemorações e apresentações artísticas.

Referências Bibliográficas
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