Uma Pausa em Tudo para Homenagear Flavius Lessa Braga.

Arquiteto e design de interiores ainda jovem era conhecido por seus trabalhos e pela alegria – conforme alguns amigos. Profissional bem-sucedido era destaque em vários eventos, onde representava Alagoas. Dentre eles, o Casa Cor de Pernambuco.
Você sempre foi muito querido por todos aqueles que tiveram o privilégio de te conhecer. Que Deus cuide de tua alma e dê conforto aos teus familiares e a todos nós, chocados e atordoados pela tua ausência precoce.

Galo da Madrugada

Da união de um grupo de amigos e famílias do Bairro de São José, comandados por Enéas Freire, surgia, no dia 24 de janeiro de 1978, o Clube de Máscaras Galo da Madrugada. Nas ruas estreitas, apertadas do Bairro de São José, berço dos primeiros clubes e blocos carnavalescos do Recife, o Galo saiu às ruas pela primeira vez com cerca de 75 “almas penadas” - primeira fantasia do Clube – percorreram as ruas do Bairro, com seus sacos de confetes e serpentinas e acompanhadas por uma orquestra de frevo composto por 22 músicos. No ano seguinte, o bloco já contava com um número de foliões bem maior, com 350 pessoas, vestidas de palhaços, almas, morcegos, diabos, árabes, cabeções de galos, arlequins e pierrôs, entre outras fantasias. Em 1980, o Galo consegue arrastar pelas ruas do Recife cerca de 800 foliões e em crescimento constante, o desfile do Galo passa por grandes mudanças, quando as orquestras de frevo são substituídas por trios elétricos.
Em 1991, o Galo da Madrugada confirmou a previsão do jornalista e radialista Stélio Gonçalves, que, um dia, garantiu: “o Galo seria a maior agremiação de Rua de Pernambuco”.  Onde o bloco reuniu mais de um milhão de foliões. E em 1994, veio o reconhecimento internacional do livro dos recordes, o Guinness Book e se tornou oficialmente o maior bloco de carnaval do planeta, num carnaval que reuniu um milhão e meio de foliões. A partir desse momento a Prefeitura do Recife pôs, em 1995, um gigantesco galo sobre as águas do Rio Capibaribe. Em 1996, a apoteose do desfile ganhou ainda mais cor e brilho: camarotes, sombrinha gigante, casal de Rei e Rainha do Maracatu sobre o Rio Capibaribe e um Galo bem mais gigantesco, desta vez montado na Ponte Duarte Coelho – onde é posto até hoje.

Amanhã teremos mais um grande desfile do Galo da Madrugada que permanece fiel às suas raízes, valorizando o ritmo pernambucano e mostrando a todos os foliões do Recife, do Brasil e do Mundo e ainda ressaltando a beleza e a magia da maior manifestação cultural do planeta, como que seduzidos pelo refrão: “Ei pessoal, vem moçada! Carnaval começa no Galo da Madrugada”.

O Frevo

Surgido na cidade do Recife no fim do século XIX, caracteriza-se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte. Até as sombrinhas coloridas seriam uma estilização das utilizadas inicialmente como armas de defesa dos passistas. Foi da necessidade de imposição e do nacionalismo exacerbado no período das revoluções Pernambucanas que foi dada a representação da vontade de independência e da luta na dança do frevo. A dança pode ser de duas formas: quando a multidão dança, ou quando passistas realizam os passos mais difíceis, de forma acrobática. O frevo possui mais de 120 passos catalogados.
Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos pensavam em dar ao povo mais animação. No decorrer do tempo, a música ganhou características próprias acompanhadas por um bailado inconfundível de passos soltos e acrobáticos.
De instrumental, o gênero ganhou letra no frevo-canção e saiu do âmbito pernambucano para tomar o resto do Brasil. Basta dizer que O teu cabelo não nega, de 1932, considerada a composição que fixou o estilo da marchinha carnavalesca carioca, é uma adaptação do compositor Lamartine Babo do frevo Mulata, dos pernambucanos Irmãos Valença. A primeira gravação com o nome do gênero foi o Frevo Pernambucano (Luperce Miranda/Oswaldo Santiago) lançada por Francisco Alves no final de 1930. Um ano depois, Vamo se Acabá, de Nelson Ferreira pela Orquestra Guanabara recebia a classificação de frevo. Dois anos antes, ainda com o codinome de "marcha nortista", saía do forno o pioneiro Não Puxa Maroca (Nelson Ferreira) pela orquestra Victor Brasileira comandada por Pixinguinha. Ases da era de ouro do rádio como Almirante (numa adaptação do clássico Vassourinhas), Mário Reis (É de Amargar, de Capiba), Carlos Galhardo (Morena da Sapucaia, O Teu Lencinho, Vamos Cair no Frevo), Linda Batista (Criado com Vó), Nelson Gonçalves (Quando é Noite de Lua), Cyro Monteiro (Linda Flor da Madrugada), Dircinha Batista (Não é Vantagem), Gilberto Alves (Não Sou Eu Que Caio Lá, Não Faltava Mais Nada, Feitiço), Carmélia Alves (É de Maroca) incorporaram frevos a seus repertórios. Em 1950, inspirados na energia do frevo pernambucano, a bordo de uma pequena fubica, dedilhando um cepo de madeira eletrificado, os músicos Dodô & Osmar fincavam as bases do trio elétrico baiano que se tornaria conhecido em todo o país a partir de 1969, quando Caetano Veloso documentou o fenômeno em seu Atrás do Trio Elétrico.
Com os blocos de rua e o Galo da Madrugada os foliões também tiveram a oportunidade de conhecer novos intérpretes de Frevo de Pernambuco como: SpokFrevo Orquestra, Alceu Valença, Claudionor Germano, Nonô Germano, Gustavo Travassos, Almir Rouche, Nena Queiroga, André Rio, entre muitos outros que fazem a voz do frevo contemporâneo acontecer nas Ruas do Recife.
Nesse período de Carnaval as agendas de todos esses carnavalescos estão lotadas, como podemos ver abaixo a de André Rio, artista movido pela paixão e com seu estilo próprio de cantar é um dos exemplos a serem tomados e de como é bom dizer “Sou Pernambucano”.
Agenda de André Rio:
02/03 - Show na Semana Pré-Carnavalesca de Jaboatão dos Guararapes (participação Elba Ramalho), Estação Piedade;
03/03 - Bloco Pupilas Dilatadas (participação de Elba Ramalho);
05/03 - Galo da Madrugada - Trio oficial Skol Folia, Show no Carnaval Multicultural do Recife,         Polo Chão de Estrelas;
06/03 - Show em Bezerros, Show em Vitória, Show em Catende;
07/03 - Show para a Globo Nordeste, na Casa da Globo Recife, Show em Jaboatão dos Guararapes, Show em Itamaracá;08/03 - Show em Tamandaré, Show em Ponta de Pedra, Show em Goiana.

Continuando a pausa para o Carnaval

Um passeio imperdível na capital pernambucana é visitar a Oficina Francisco Brennand, onde as obras do maior ceramista brasileiro, cujo estilo das peças tem forte conotação fálica, estão expostas ao ar livre num jardim projetado por Burle Marx.

Há também o Instituto Ricardo Brennand (primo de Francisco Brennand), com acervo temático focado na colonização holandesa do Recife. Lá estão armaduras, peças sacras, documentos históricos, moedas e uma coleção de 15 telas a óleo de Frans Post, artista que esteve em Recife entre 1637 e 1647 e devotou esse tempo a pintar a paisagem brasileira da época.

Em Recife, se os tubarões inibem o banho de mar, nada impede que se vá à praia. O calçadão é ótimo para caminhar e o trecho na altura do número 3.300 da Boa Viagem é o mais frequentado. Vale seguir o exemplo dos próprios recifenses, que são capazes de passar horas embaixo da sombra de um guarda-sol batendo papo, bebendo cerveja e atrasando o almoço entre um caldinho de feijão com charque e ovo de codorna e outro de sururu, que dizem ser bom para gripe, ressaca e “dor-de-corno”.