Avenida Caxangá


O nome Caxangá não tem uma origem muito clara. Alguns autores afirmam que se trata de uma corruptela da palavra tupi caa-çan-áb, que significa mata estendida ou caa-çang-guá, mato do vale dilatado ou ainda caa-ciangá, mato da madrasta ou da madrinha.
Segundo Pereira da Costa, a Avenida Caxangá, ou como era chamada estrada de Paudalho teve sua construção iniciada em 1833, tendo o engenheiro francês Louis Léger Vauthier, em 1843, que relatou inúmeras vantagens de se ter estradas no Recife. Começava no largo da Madalena e se dirigia para Caxangá, e foi então somente que pela primeira vez apareceu nesta Província uma estrada regularmente construída.
Em 1842, foi concluído o primeiro trecho da Estrada do Paudalho, que antes era um caminho de onde saiam diversas ramificações para os engenhos de açúcar e as povoações locais. Anteriormente, no local, nunca tinham chegado carros, só se conseguia circular cavalos. A via sempre passou por várias mudanças na sua estrutura e na sua denominação. Foi também chamada de Estrada do Ambolê, mas sempre se constituiu numa artéria importante da cidade.
A inauguração do calçamento da Avenida Caxangá foi ao dia 25 de maio de 1940 e em 1845, foi construída a ponte pênsil de Caxangá, sobre o rio Capibaribe, sendo essa a primeira no Brasil, ampliando assim o caminho para o interior de Pernambuco e ampliando e muito o desenvolvimento socioeconômico da região.
No tempo do Estado Novo, na administração do prefeito Novaes Filho, foi pavimentada com paralelepípedos rejuntados com cimento sobre concreto, alargada por meio de aterros e protegida por obras-de-arte (estruturas como bueiros, pontes, viadutos, muros de arrimo, necessárias à construção de estradas).
Na terceira gestão do prefeito Pelópidas Silveira, em 1966, a Avenida Caxangá foi novamente ampliada e houve a inauguração de uma segunda faixa de rolamento em cimento armado, evento que contou com a presença do então presidente da República Marechal Humberto Castelo Branco.
Sendo considerado um dos corredores de tráfego de veículos e de transporte coletivos mais importantes da zona oeste da cidade, é uma das avenidas mais longas do mundo em linha reta com cerca de 6 km de extensão. Tem início na Praça João Alfredo, onde se encontra o Sobrado da Madalena, do antigo engenho da Madalena, que deu origem e nome ao bairro, atravessa os bairros do Bongi, San Martin, Cordeiro, Iputinga, Engenho do Meio, Cidade Universitária, Várzea e terminando no bairro do Caxangá, na Ponte da Caxangá (Ponte Marechal Castello Branco), sobre o Rio Capibaribe. Também liga alguns municípios da região metropolitana como: São Lourenço e Camaragibe.

Depois de ter sido criado o corredor exclusivo de ônibus pelo centro da avenida, foi aumentada sua capacidade e hoje faz parte do projeto do Corredor Leste-Oeste do Recife. Foi também modernizada a parte de semáforos, eliminando-se os sinais de três tempos, o que permite maior fluidez no trânsito, de cerca de 40 mil veículos diários.
Atualmente, com as edificações e a arborização, além do trânsito intenso ao longo do dia, já não é mais possível visualizar os extremos. Porém, até os anos 1970, estando o observador no centro da ponte da Caxangá, podia ver perfeitamente o Sobrado da Madalena, distante 6 km.
O comércio ao longo da via é bastante diversificado: farmácias, bancos, padarias, casas de peças de automóveis, armazéns de material de construção, postos de gasolina, havendo, no entanto, uma predominância de lojas para revenda de veículos e casas funerárias. Alguns acreditam que a quantidade de mortuárias se deve ao fato de haver vários hospitais nas proximidades, como o Barão de Lucena (na própria Avenida); o Getúlio Vargas, no Cordeiro e o Hospital das Clínicas, que pertence à Universidade Federal de Pernambuco e fica na Cidade Universitária.
Além de igrejas e colégios, ficam localizados na Avenida Caxangá o Parque Antônio Coêlho (Parque de Exposição do Cordeiro), da Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária, do Governo do Estado de Pernambuco, e o Caxangá Golf Country Club, fundado em 7 de outubro de 1928 e denominado originalmente de The Pernambuco Golf Club. Localizado onde existia antigamente a casa-grande do Engenho Poeta, o Clube fundado pelo inglês George A. D. Litle possui o único campo de golf da cidade e uma grande pista de hipismo denominada Maurício de Nassau.  

FONTES CONSULTADAS:
AVENIDA Caxangá ganha nova sinalização. Disponível em: <http://www.dpnet.com.br/anteriores/1998/05/05/urbana7_0.html > Acesso em: 5 jun. 2007>. Acesso em: 5 jun. 2007.
CAVALCANTI, Carlos Bezerra. O Recife e seus bairros. Recife: Câmara Municipal, 1998.
______. O Recife e suas ruas: “se essas ruas fossem minhas”. Recife: Edificantes, 2002.
COSTA, Francisco Augusto Pereira da. Anais pernambucanos. Recife: Arquivo Público Estadual, 1962.
LIVRO azul: indicador comercial e profissional. Recife: [s.n.], 1941.

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