O Frevo

Surgido na cidade do Recife no fim do século XIX, caracteriza-se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte. Até as sombrinhas coloridas seriam uma estilização das utilizadas inicialmente como armas de defesa dos passistas. Foi da necessidade de imposição e do nacionalismo exacerbado no período das revoluções Pernambucanas que foi dada a representação da vontade de independência e da luta na dança do frevo. A dança pode ser de duas formas: quando a multidão dança, ou quando passistas realizam os passos mais difíceis, de forma acrobática. O frevo possui mais de 120 passos catalogados.
Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos pensavam em dar ao povo mais animação. No decorrer do tempo, a música ganhou características próprias acompanhadas por um bailado inconfundível de passos soltos e acrobáticos.
De instrumental, o gênero ganhou letra no frevo-canção e saiu do âmbito pernambucano para tomar o resto do Brasil. Basta dizer que O teu cabelo não nega, de 1932, considerada a composição que fixou o estilo da marchinha carnavalesca carioca, é uma adaptação do compositor Lamartine Babo do frevo Mulata, dos pernambucanos Irmãos Valença. A primeira gravação com o nome do gênero foi o Frevo Pernambucano (Luperce Miranda/Oswaldo Santiago) lançada por Francisco Alves no final de 1930. Um ano depois, Vamo se Acabá, de Nelson Ferreira pela Orquestra Guanabara recebia a classificação de frevo. Dois anos antes, ainda com o codinome de "marcha nortista", saía do forno o pioneiro Não Puxa Maroca (Nelson Ferreira) pela orquestra Victor Brasileira comandada por Pixinguinha. Ases da era de ouro do rádio como Almirante (numa adaptação do clássico Vassourinhas), Mário Reis (É de Amargar, de Capiba), Carlos Galhardo (Morena da Sapucaia, O Teu Lencinho, Vamos Cair no Frevo), Linda Batista (Criado com Vó), Nelson Gonçalves (Quando é Noite de Lua), Cyro Monteiro (Linda Flor da Madrugada), Dircinha Batista (Não é Vantagem), Gilberto Alves (Não Sou Eu Que Caio Lá, Não Faltava Mais Nada, Feitiço), Carmélia Alves (É de Maroca) incorporaram frevos a seus repertórios. Em 1950, inspirados na energia do frevo pernambucano, a bordo de uma pequena fubica, dedilhando um cepo de madeira eletrificado, os músicos Dodô & Osmar fincavam as bases do trio elétrico baiano que se tornaria conhecido em todo o país a partir de 1969, quando Caetano Veloso documentou o fenômeno em seu Atrás do Trio Elétrico.
Com os blocos de rua e o Galo da Madrugada os foliões também tiveram a oportunidade de conhecer novos intérpretes de Frevo de Pernambuco como: SpokFrevo Orquestra, Alceu Valença, Claudionor Germano, Nonô Germano, Gustavo Travassos, Almir Rouche, Nena Queiroga, André Rio, entre muitos outros que fazem a voz do frevo contemporâneo acontecer nas Ruas do Recife.
Nesse período de Carnaval as agendas de todos esses carnavalescos estão lotadas, como podemos ver abaixo a de André Rio, artista movido pela paixão e com seu estilo próprio de cantar é um dos exemplos a serem tomados e de como é bom dizer “Sou Pernambucano”.
Agenda de André Rio:
02/03 - Show na Semana Pré-Carnavalesca de Jaboatão dos Guararapes (participação Elba Ramalho), Estação Piedade;
03/03 - Bloco Pupilas Dilatadas (participação de Elba Ramalho);
05/03 - Galo da Madrugada - Trio oficial Skol Folia, Show no Carnaval Multicultural do Recife,         Polo Chão de Estrelas;
06/03 - Show em Bezerros, Show em Vitória, Show em Catende;
07/03 - Show para a Globo Nordeste, na Casa da Globo Recife, Show em Jaboatão dos Guararapes, Show em Itamaracá;08/03 - Show em Tamandaré, Show em Ponta de Pedra, Show em Goiana.

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